Exercícios funcionais regulares favorecem envelhecimento saudável
De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva, até 2030 e apenas nos Estados Unidos, o número de idosos (acima de 65 anos) pode chegar a 70 milhões. Atualmente, o segmento populacional que mais cresce é de pessoas acima de 85 anos. Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida do brasileiro aumentou em 30 anos, saltando de 45,5 anos em 1940 para 75,5 em 2015. Com uma população predominantemente idosa, a preocupação com a qualidade de vida dessas pessoas cresceu. Prova disso é que, segundo a Dra. Maíta Poli, médica do esporte e membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), pela primeira vez em 2017 os exercícios funcionais entraram na lista dos mais importantes para o futuro, segundo recomendações do Colégio Americano de Medicina Esportiva.
Exercícios funcionais salvam vidas
Para a médica, as atividades físicas são um grande passo para preservar a saúde da população. “Exercício é o remédio mais barato que existe. O ideal seria que todo médico, independente da especialidade, também prescrevesse a prática de atividade física”, ela ressalta em conversa com o Be Bang. A Dra. Maíta alerta ainda que apesar dos exercícios funcionais serem de grande valia para pessoas mais velhas, eles podem e devem ser feitos em qualquer idade, como forma de prevenção. “Manter o abdômen, costas e assoalho pélvico fortalecidos é importante para evitar lesões no futuro. Pessoas idosas morrem a todo o momento não por doenças, mas por quedas. E esses exercícios, se feitos como forma de prevenção, vão minimizar esses problemas no futuro”, explica.
E detalha como a modalidade pode ser útil em tarefas aparentemente simples, mas que com a idade vão ficando cada vez mais complexas de serem executadas: “O exercício funcional ajuda a agachar e pegar um objeto no chão sem ter lesão. Auxilia a pessoa a conseguir levantar sozinha de uma cadeira, sem usar os braços”. Pesquisas também apontam a importância do exercício na função cognitiva dos mais velhos, que observam melhoras ou preservação de memória, atenção, tempo de reação, raciocínio, entre outros.
Outros exercícios também são recomendados
Além dos funcionais, essenciais para não perder a massa muscular que diminui naturalmente com o passar dos anos, exercícios de força e aeróbios, para melhorar a capacidade cardíaca e pulmonar também devem ser feitos com regularidade. “A recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva diz que o ideal é fazer 150 minutos de exercício aeróbio por semana. Isso, vale lembrar, é para melhorar a saúde e não para a perda de peso”, orienta Maíra, que lembra ainda que a intensidade do exercício deve ser moderada. “Ou seja, durante a prática uma pessoa não consegue conversar com a outra”, pontua.
A médica diz ainda que a musculação também deve fazer parte do plano de exercícios de uma pessoa idosa e de quem quer preservar o corpo desde já. “Duas vezes por semana de musculação, com pelo menos 10 séries de exercícios”, avisa, chamando a atenção para outra modalidade importante. “É bem válido fazer um bom alongamento também, já que com o passar do tempo nosso corpo perde flexibilidade”.