Dor muscular pós-treino é um bom sinal? Descubra se você está se exercitando corretamente

A personal trainer Angel Martins explica o motivo dessa dor e ensina como deve ser o pós-treino ideal para o corpo
Dor muscular pós-treino é um bom sinal? Descubra se você está se exercitando corretamente
Em 05/10/2017 às 08:00

A dor muscular é, sim, uma realidade para quem está começando a se exercitar e também para quem treina com frequência. De acordo com a personal trainer Angel Martins, pós-graduada em treinamento desportivo, além de normal a dor muscular pós-treino é um bom sinal. “Durante os exercícios fazemos microlesões nas nossas fibras musculares. Depois, com o correto descanso e alimentação adequada, o corpo vai naturalmente formar uma cicatriz nessas lesões. Isso significa mais fibras musculares para o corpo. Por isso as dores musculares, em geral, são benéficas”, explica em entrevista ao Be Bang.

A profissional, no entanto, alerta: “É preciso saber diferenciar a dor muscular de uma dor articular. Essas sim são sinal de que algo não vai bem”. “Dores de tendão, ligamento, de estrutura de bursa, de menisco podem ser confundidas com dores musculares, mas essas são bem mais agudas e persistentes. Nestes casos é preciso procurar ajuda médica”, orienta.

Atenção para a intensidade das dores
  • Angel treinou Babi Beluco pouco antes da Maratona de Berlim 2017. Crédito: Net’N’Work

Segundo artigo da American College of Sports Medicine é preciso diferenciar a dor muscular da dor aguda. Segundo eles, o que acontece após os treinos são danos microscópicos às fibras musculares, uma vez que os músculos se ‘quebram’ e precisam ser reparados, com o auxílio de intervalos nos exercícios. Desta forma, os músculos incham, inflamam e doem. Mas ao contrário do que possa parecer, isso não é ruim, trata-se de um processo natural para a construção de novos músculos.

E Angel endossa a informação ao explicar que as dores musculares apesar de corriqueiras não podem ser capazes de tirar o sono: “O normal é sentir uma dor leve de treino, não de exaustão máxima que deixe a pessoa impossibilitada de descer uma escada, por exemplo”. E esclarece que quando se trata de uma dor normal, não é preciso tomar nenhum tipo de medicação: “Não precisa e nem deve tomar um analgésico pra aliviar a dor. Esse é um erro muito comum das pessoas. Só que desta forma o corpo nunca vai entender que precisa criar esse mecanismo de defesa. O que o corpo precisa depois do exercício é de descanso para se regenerar”.

A personal faz uma ressalva apenas para pessoas que treinam para modalidades específicas, como corridas mais longas ou um triatlo. “Depois de correr uma maratona (como fez a top model Babi Beluco, que foi treinada por Angel e sofreu uma fratura no joelho antes da prova), é normal que o corpo fique extremamente cansado a ponto de não conseguir executar determinados movimentos. O que não pode é em todo treino acontecer isso”, detalha. E aconselha: “Se você se exercita 6 vezes na semana deve chegar à exaustão em 2 ou 3 dias apenas. Nos outros dias o certo é fazer treinos regenerativos pra remover todos os resíduos que o reino de intensidade gerou”.

Sem dores, sem ganhos

“Quando uma pessoa me fala que corre 10 quilômetros por dia, todos os dias, há seis meses, eu digo que ele está perdendo tempo”, conta Angel. A personal explica que esta pessoa não sente mais as dores de treino simplesmente por estar fazendo todos os dias a mesma coisa. “A partir do momento que seu corpo se adapta ao exercício, para de evoluir. Por isso o treinamento tem que ser mudado sempre. E nem é preciso aumentar o volume. É possível correr os mesmos 10 quilômetros por dia, só que com intensidades diferentes, para dar outros estímulos ao corpo”.

Por fim, Angel Martins detalha como deve ser um pós-treino ideal para conquistar novos músculos: “É uma reclamação comum o cansaço depois dos exercícios. E isso de gente que nem treina pesado e muitas vezes nem chega à exaustão. O problema está no que essa pessoa faz depois de malhar. Para que seu corpo se recupere é preciso dormir bem – indico oito horas de sono – e se alimentar bem. Nutrir o corpo com o que ele realmente precisa. Fazendo isso certamente a resposta aos exercícios será melhor e a disposição, maior”.

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