Spinning ajuda a conquistar hipertrofia muscular, diz estudo

Cientista conclui em pesquisa que o exercício com bike ergométrica aumenta o volume dos músculos mesmo sendo um exercício aeróbico
Spinning ajuda a conquistar hipertrofia muscular, diz estudo
Em 28/11/2017 às 08:00

É possível desenvolver os músculos da coxa sem fazer musculação unindo o esforço físico com a parte aeróbica. No caso, se exercitando no spinning. É  o que garante o estudo divulgado pelo U.S. National Library of Medicine. Nele, cientistas descobriram que o treino conhecido como HIIT (High-intensity interval training), ajuda a definir os músculos e diminuir o percentual de gordura corporal. Conhecido no Brasil como treinamento intervalado de alta intensidade, ele consiste em um condicionamento físico onde o praticante faz exercícios intercalados de alta e baixa intensidade. É possível, com a prática, reduzir de 8% a 18% a taxa de adiposidade.

E como o HIIT funciona no spinning?

Segundo a pesquisa, existem várias formas de realizar um treino HIIT e o mais conhecido é o protocolo de Tabata. O estudo leva esse nome porque foi conduzido em 1996 pelo médico Izumi Tabata na Ritsumeikan University, no Japão. Nesse estudo, especialistas testaram os benefícios dos exercícios aeróbicos na queima de gordura e na definição dos músculos.

O HIIT,um treino forte e explosivo, pode ser aplicado em qualquer atividade cardiovascular: esteira, corda, remo, escada, step e bicicleta. Os exercícios têm duração de apenas 4 minutos e é dividido em oito séries de 20 segundos muito intensos e 10 segundos de descanso passivo. No caso da bicicleta, dependendo do caso, não é preciso aumentar a velocidade da execução, mas sim a carga usada bem como o estímulo empregado. O estímulo que temos na bicicleta é diferente de quando estamos em pé e é possível uma maior variação de estímulos na carga.

Paulo Gentil, doutor em Ciências da Saúde e docente da Universidade Federal de Goiás, concluiu que é dessa forma o spinning gera a hipertrofia muscular e que podem, sim, gerar a hipertrofia tanto quanto os exercícios com cargas e equipamentos. A pesquisa do profissional foi realizada com 30 homens de 20 a 30 anos. Eles foram submetidos a musculação regularmente. Os do primeiro grupo fizeram treinos de bicicleta, pedalando com maior intensidade durante 30 segundos, já o outro grupo manteve os exercícios no legpress (equipamento para a prática de treinamento individual no qual a pessoa empurra o peso usando as pernas), repetindo os movimentos em torno de 10 a 12 repetições.

Tudo foi avaliado: ganho de força, capacidade aeróbica e nível de massa magra nas pernas. A conclusão foi que os dois estímulos – a bicicleta e o legpress – geraram a mesma hipertrofia nos músculos. O cientista concluiu que isso se dá porque o corpo não sabe identificar quando o estímulo é ou não por peso ou número de repetições que fez, como acontece nas aulas de HIIT.

Treino de pedal e a hipertrofia

O estudo da Ritsumeikan University do Japão chegou a conclusão que a dinâmica dos treinos de pedal para gerar a hipertrofia é bem parecida com a usada na musculação. Se no leg press a pessoa faz quatro séries, pode substituir isso por quatro séries de ciclismo. No caso, o ideal, segundo o estudo japonês, é ficar 30 segundos pedalando o mais rápido que puder. Depois, se descansa quatro minutos pedalando em ritmo lento.

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O educador físico, Rafael Prates, pós graduado em Reabilitação de Lesões pela UNESA e personal trainer na rede Bodytech Company, concorda com a pesquisa de Gentil.  “Como mencionado pelo professor Paulo Gentil, o ciclismo pode sim gerar hipertrofia, porém, sua resposta será mais lenta, comparado ao ganho de massa muscular nos exercícios contra-resistidos (musculação)” pondera o profissional em entrevista ao Be Bang. “Na minha opinião, esse mecanismo tem uma melhor aplicabilidade em indivíduos iniciantes ou até mesmo intermediários. Uma vez que, para gerar hipertrofia, o indivíduo tem que realizar um esforço físico até desenvolver uma falha mecânica (não conseguir realizar mais nenhuma repetição), no ciclismo esse esforço físico é mais alto e aparece mais rapidamente pela parte aeróbica do nosso corpo.”

Além do aumento dos músculos, os benefícios do ciclismo vão muito além. Ele ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares, aumenta a taxa metabólica no repouso, melhora os lipídicos do sangue, a pressão arterial, a densidade óssea e reduz a dor daqueles que sofrem de artrite.

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