Não é de hoje que atletas profissionais e amadores buscam superar recordes, conquistar a alta performance e testar os limites do próprio corpo. O problema existe quando essas pessoas usam substâncias perigosas para alcançar o sucesso, como o EPO. Em conversa com o Be Bang, a Dra. Alessandra Masi, ortopedista e traumatologista do esporte, alerta: “Esse hormônio faz com que o sangue chegue com muito mais potência ao coração, o que favorece o desempenho em exercícios exaustivos, como ciclismo e a maratona, por exemplo. O problema é a conta que o corpo recebe depois. O número de ciclistas com morte súbita é altíssimo e ninguém entende o motivo. Está aí a explicação”.
Membro efetivo da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, da International Cartilage Repair Society (ICRS) e da American Academy of Orthopaedic Surgeons (AAOS), a Dra Alessandra detalha como a Eritropoetina age no corpo: “Depois de injetado, o hormônio fica de 6 a 8 horas fazendo efeito. Nesse período realmente a pessoa apresenta um maior rendimento nos esportes já que ele aumenta o número de glóbulos vermelhos, o que melhora o transporte de oxigênio pelo sangue. Com isso o ganho de energia para as atividades é muito maior. O problema é que esse efeito é passageiro e o EPO precisa ser usado novamente para o desempenho continuar bom nas outras provas e treinos. E aí o sangue fica cada vez mais viscoso, começa a coagular mais rápido. O risco de trombose e embolia é imediato, assim como o aumento da probabilidade de ataque cardíaco e AVC”.
Alessandra acredita que a facilidade com que se pode encontrar o EPO hoje em dia ajuda a disseminar o seu uso: “O EPO é famosíssimo nos grupos de ciclistas e corredores. E como atualmente conseguem encontrar o hormônio, em sua forma sintética, em qualquer farmácia torna-se fácil e rápido usar. O problema é que nem todos conhecem seus riscos”. O EPO serve para aumentar o número de células vermelhas em pacientes com anemia crônica em decorrência da AIDS, por exemplo, ou com câncer. “Para isso ele é um excelente remédio”, avalia a profissional.
Foram meses parado. Agora que os parques foram liberados, parece que você nunca vai alcançar…