Descubra como a forma de pisar pode influenciar na corrida

Apesar de mexer com vários grupamentos musculares e membros por todo o corpo, como é o caso dos braços, que ditam o ritmo, a corrida é sempre bastante focada nos pés. E não poderia ser diferente, afinal eles são os responsáveis por tirar o corpo da inércia e absorver grande parte dos impactos. E para que toda essa movimentação seja feita de forma mais focada, gastando o mínimo de energia possível, existem exercícios específicos e, segundo alguns estudos, um jeito mais correto de tocar com o pé no solo. Para o triathlon coach Samuca, um dos responsáveis por treinar Babi Beluco para a Maratona de Berlim, a pisada com o meio e ponta do pé, também conhecida como médio pé, é a mais indicada. “Pisar desta forma faz com que, entre outras coisas, você aproveite melhor a velocidade aplicada na corrida”, diz em conversa com o Be Bang. E explica: “Quando o calcanhar toca primeiro o chão, a tendência é desacelerar o movimento e assim gastar mais energia”.

Essencial é coordenar os movimentos

O tipo de pisada durante o exercício, no entanto, não é uma unanimidade para todos os profissionais. Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard em 2012, e reproduzido pelo jornal The Guardian, verificou que ao longo de uma temporada de competições, os corredores que pisavam com o médio pé tinham sofrido menos lesões do que os que usavam primeiro o calcanhar para aterrissar suas pisadas. Nesta ocasião, alguns profissionais criticaram a conclusão do estudo afirmando que esses corredores de médio pé sempre pisaram desta forma, não precisaram, ao longo dos treinos, mudar o tipo de pisada.

Para o treinador e corredor Malcolm Balk, autor de dois livros sobre o tema, rebateu o estudo. “Há uma crença de que todos os corredores de elite pousam no médio pé, o que é completamente falso. E há uma afirmação de que o pouso do calcanhar causa frenagem enquanto o pouso do ante pé não, mas isso não é um fator necessariamente preponderante. Outros fatores, como a posição do pé no pouso, entram em jogo aqui”, garantiu. Mesmo sugerindo a pisada de médio pé como a mais correta, Samuca concorda com Balk ao afirmar que isso não é definitivo para uma corrida satisfatória. “Quando você corre descoordenadamente você perde velocidade e gasta mais energia pra se locomover, por exemplo”, ele detalha.

Passadas mais curtas favorecem a corrida

Segundo a fisioterapeuta Raquel Castanharo, mestre em biomecânica da corrida pela USP e pesquisadora de biomecânica da coluna na Universidade de Waterloo, no Canadá, se a pessoa tende a tocar o chão com o calcanhar, esse não é um padrão tão fácil de mudar. Por isso, para ela, mais importante que ficar pensando todo o tempo neste movimento, é adotar como estratégia a diminuição do tamanho da passada, aumentando a cadência dos movimentos. “Esse padrão de movimento favorece a absorção de impacto e melhora a mecânica da corrida de forma bem mais relevante. E o mais interessante é que correndo dessa maneira, muitas vezes a pisada acontece com o médio pé sem você tem que pensar sobre isso”, ela garantiu em entrevista ao Globo Esporte.

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