Sua mente pode transformar seu DNA

Quando se trata de exercício e hábitos alimentares suas crenças sobre o corpo podem, de fato, alterá-lo
Sua mente pode transformar seu DNA
Em 13/02/2019 às 16:30

Existe uma expressão religiosa que atesta: a palavra tem poder. Independente da sua fé (ou ausência dela), cientistas descobriram que, quando se trata de exercícios físicos e hábitos alimentares, aquilo que é dito sobre o corpo pode, de fato, alterá-lo. Um novo estudo apontou que se você disser às pessoas que elas têm uma predisposição genética para baixa capacidade de exercício ou tendência a comer em excesso, seus corpos começam a responder de acordo, mesmo que seu DNA não contenha as variantes genéticas em questão.

Para o estudo, publicado na revista Nature Human Behavior, pesquisadores da Universidade de Stanford “enganaram” 200 voluntários sobre seus perfis genéticos. Interessados em saber quais dietas ou programas de exercícios seriam mais adequados a eles, com base em seus genótipos, cada participante forneceu uma amostra de saliva para mapeamento genético. Eles foram divididos em dois grupos: um deles completou um teste ergoespirométrico na esteira, durante o qual deveriam correr o maior tempo possível usando uma máscara que media a captação de oxigênio e a capacidade pulmonar; o outro grupo recebeu uma refeição líquida de 480 calorias e descreveu o quanto se sentiam satisfeitos, enquanto os pesquisadores tiravam sangue para testar os níveis de certos hormônios relativos à saciedade.

Mais tarde, em uma visita ao laboratório, os voluntários receberam seus supostos resultados dos testes genéticos. Alguns participantes do grupo de exercícios foram informados, falsamente, que tinham uma variante particular do gene que torna as pessoas propensas a ter baixa resistência para exercícios prolongados. Da mesma forma, os pesquisadores disseram a
algumas das pessoas do grupo de dieta, incorretamente, que eles possuíam uma variante do gene que poderia levá-los a se sentir menos saciados e, logo, comer demais. Logo depois, eles repetiram os testes. Os resultados foram reveladores. As pessoas que foram enganadas se cansaram mais rapidamente no teste da esteira do que antes, e sua captação de oxigênio e
capacidade pulmonar foram significativamente menores. No grupo de dieta, eles comeram mais e disseram estar menos saciados que no teste anterior. O que isso significa? Que, talvez, aquilo que você acredita seja mais importante do que diz sua predisposição genética. Então, que tal deixar as desculpas de lado e fazer o cérebro jogar a seu favor?