É mesmo preciso parar de beber quando se toma antibióticos?
Costuma ser de senso comum a informação de que consumir bebidas alcoólicas durante o tratamento com antibióticos é desaconselhável. Mas afinal, isso realmente procede?
O site Women’sHealth ouviu a médica Louise M. Dembry, professora de medicina, doenças infecciosas e epidemiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Yale e Escola de Saúde Pública, para confirmar se isso é ou não verdade. Segundo a profissional, o consumo de álcool não reduz a eficácia dos antibióticos, mas pode piorar – e potencializar – os seu efeitos colaterais.
Antibióticos são metabolizados pelo fígado
Alguns medicamentos, antes de fazer algum efeito no nosso corpo, precisam passar pelo fígado, que os metaboliza e os transforma em fármacos ativos. O álcool, no caso, também é metabolizado pelo fígado. Sendo assim, ele irá competir com o antibiótico pelo metabolismo hepático.
Como as bebidas alcoólicas normalmente são consumidas em quantidade maior do que a dos antibióticos, o álcool acaba ‘vencendo’ está competição e impede que o medicamento seja ativado. Além disso, o próprio medicamento atrapalha a metabolização do álcool, fazendo com que a bebida demore a eliminar a substância do sangue.
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“Alguns antibióticos podem ‘estressar’ o fígado”, alerta Dembry. “Isso significa toxicidade para as células do fígado, o que pode levar à morte dessas células ou mesmo impactar a função geral do órgão. Por isso a mistura álcool e antibiótico não permite que o remédio cumpra o seu objetivo se misturado com bebida”. A médica explica, ainda, que alguns remédios podem ser menos problemáticos para ingerir do que outros, mas, mesmo assim, ela não recomenda o uso conjunto com o bebidas alcoólicas. “Se você está tomando antibióticos, é porque você tem uma infecção”, diz ela. “É melhor evitar qualquer coisa que possa afetar a habilidade natural do corpo para curar e superar a infecção, inclusive o álcool”.