Maratona: o que acontece com cada parte do seu corpo ao longo dos 42.195 KM
Está pensando em encarar uma maratona? Nós te damos o maior apoio, afinal, superar seus limites e colocar a medalha no peito após correr os 42 quilômetros e 195 metros é sinônimo de vitória. Mas, não pense que vai ser fácil. Antes de chegar lá, seu organismo vai passar por uma guerra interna, que, com sorte e muito preparo, você vai superar. Entenda o que acontece com o coração, músculos e todo o corpo de quem encara esse desafio.
Coração
Cuide bem dele pois, durante uma maratona seu coração precisará trabalhar de três a quatro vezes mais que o normal. O motivo é simples: seu coração bombeia sangue para todos os cantos do seu corpo, irrigando músculos e órgãos. Para manter você vivo durante um dia normal, ele bombeia cerca de 4 a 6 litros de sangue por minuto, em uma maratona, pode bombear em torno de 15 a 20 litros para garantir que suas pernas, pés e braços acompanhem mantenham o ritmo. Tem mais: quanto maior a temperatura corporal, mais difícil fica o trabalho para o coração.
Temperatura corporal
Na linha de largada da maratona a temperatura do seu corpo deve estar em torno dos de 37º C, que é normal quando tudo vai bem do lado de dentro. Já na linha de chegada, de acordo com pesquisa da Escola de Medicina da Universidade de Yale, sua temperatura será de cerca de 38,8º C, podendo chegar a até 39,44º C, igual a uma febre alta. Nessa temperatura o atleta pode sentir náuseas, tontura e até desmaiar. O motivo, segundo o estudo é que o corpo usa 25% da energia gerada na corrida para contração muscular. Outros 75% da energia é transformada em calor, por isso a temperatura na pele sobe.
Suor
Como seu corpo entende que a alta temperatura não é bom sinal, ele trabalha para normaliza-la e impedir a febre. Isso acontece através do suor. As glândulas sudoríparas liberam pouco menos de 1 litro a até 2,5 litros de suor durante uma maratona. Com o suor você perde água e sais minerais, como sódio e potássio, o que pode causar cãibras, fadiga e dor de cabeça. Por isso a hidratação durante a prova é fundamental.
Energia
Para se mover o corpo utiliza combustíveis: os carboidratos, que são armazenados como glicogênio (ou glicose) nos músculos e no fígado, são nossa principal fonte de energia. Mas o corpo também queima gordura. Estudos apontam que o corpo consegue armazenar, em média, duas mil calorias de glicose. Durante uma maratona, ele queima, em média, 100
calorias de glicose a cada 1,6 quilômetros corridos. Faça as contas (alô regra de três) e você perceberá que lá pelo quilômetro 32 (o famoso muro) você já terá queimado todo seu estoque de energia. Por isso a nutrição adequada antes e durante a prova são tão importantes.
Músculos
Quando levamos o corpo perto do limite, produzimos mais ácido lático e o organismo tem dificuldade em se livrar desse excedente. Esse ácido é produzido nas fibras musculares e se espalha pelo sangue. Resultado: redução de desempenho muscular, falha nos movimentos e a temida cãibra.
Estômago e intestino
Após correr uma maratona é de se imaginar que sua fome estará incontrolável, certo? Nem sempre. Um estudo de 2008 no American Journal of Physiology descobriu que uma sessão de apenas 60 minutos na esteira (muito menos do que você vai correr em uma maratona) foi suficiente para aumentar a quantidade de peptídeo do hormônio intestinal YY no organismo. Esse peptídeo é um inibidor de apetite e suprime a grelina acilada, um estimulante do apetite. Tem mais. Durante a corrida, o fluxo sanguíneo do intestino e do estômago é desviado para órgãos como o pulmão e coração, que serão mais exigidos durante aqueles 42 quilômetros, isso pode causar náuseas e até vômito. O intestino, especialmente o grosso, é muito estimulado quando você corre, em decorrência do aumento da circulação que ocorre no órgão, por isso, para evitar imprevistos durante a prova, não é indicado o consumo de fibras e produtos lácteos antes da largada.
