Life coach supera a terapia convencional no tratamento da depressão?
O life coaching é uma técnica voltada para a análise e desenvolvimento de todos os aspectos da vida. O método permite que o cliente avalie o seu grau de realização e felicidade em cada setor, como relacionamentos, social e profissional. Mas o trabalho de um coach supera o de um terapeuta na hora de tirar uma pessoa da depressão e fazê-la dar a volta por cima, conquistando seus objetivos? Isso é o que acredita a life coach Solimar Lessa.
Ao Be Bang, a especialista em autoliderança e criadora do programa A.P.I.C.E, que tem por objetivo desenvolver no indivíduo autodireção e automotivação, diz que julga necessária a técnica de valoração pessoal primordial para quem quer erradicar o problema, considerado pela Organização Mundial de Saúde como o ‘mal do século’.
“Quem procura a ajuda de um coach, geralmente, são pessoas que pretendem alcançar sucesso profissional e pessoal”, conta Solimar. A profissional garante que a técnica de programação de neurolinguística direciona a pessoa a alcançar a autoliderança e a transformação as quais precisa. “Fazemos um primeiro contato para avaliar a necessidade do cliente e, só então, aplicamos as ferramentas adequadas e específicas. Cada queixa segue um caminho diferente.”
Life coach
O coach é um mix de recursos que, através de técnicas leva a pessoa a conquistar suas metas, sejam elas profissionais e pessoais. Baseada nessa técnica, a profissional se especializou em ajudar as pessoas a superarem suas perdas. Seja o desemprego, a morte de um parente querido, um novo relacionamento e até a mudança de visual.
“O trabalho do coaching é mais rápido e objetivo do que o de um psicólogo. Trabalho com a programação neurolinguística mostrando uma nova forma da pessoa interpretar os fatos que aconteceram na vida dela. Apresento uma nova forma de interpretar os pensamentos e o comportamento que ele tem associado as nossas ferramentas do coaching, o que eu acho que é mais rápido do que uma terapia, dependendo do caso. Há casos que uma depressão, uma perda, vão precisar de um trabalho mais longo que necessite também de um terapeuta para ajudá-lo com a depressão.”
Depressão é doença
Há, porém, quem discorde de Solimar. A psicóloga Claudia Camargo Numa de Oliveira acredita que não se pode enquadrar a depressão apenas como um quadro de tristeza profunda.
“Acho muito complexo falar sobre um diagnóstico de depressão. Seria como tentar enquadrá-la como uma “coisa” e não olhar com cuidado para o sujeito que sofre, que se diz deprimido. O diagnóstico é complexo por que pode envolver outros sintomas que podem estar associados a outras patologias como episódios e transtornos depressivos recorrentes. Isso pode ser decorrente de alguma perda significativa, como de um ente querido, um trabalho, mas também podem surgir sem um motivo pontual e claro”, avalia.
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A psicóloga alerta que dependendo do quadro clínico do paciente, o trabalho necessitará também do acompanhamento conjunto de um psiquiatra. “Partindo de um olhar clínico fenomenológico entendemos a depressão como um modo de adoecimento ligado à perda da liberdade de poder-ser, ou em outras palavras uma limitação da possibilidade de viver. Por isso é muito importante acolher este paciente que sofre e buscar entender a partir de onde está, quais as relações que ele estabelece consigo mesmo, com os outros e com o mundo.”
Terapia x psicoterapia
Especialista em psicologia clínica fenomenológico-existencial, Camila Stefan alerta que o trabalho de um coach pode ser considerado uma técnica terapêutica.
“Não é que eu discorde, mas a terapia e psicoterapia são coisas distintas. Terapia pode ser um monte de coisas como holísticas, alternativas, florais, corporais, coaching, espirituais… A psicoterapia é feita por um psicólogo voltado para o lado psíquico, com elaborações psíquicas… São técnicas, métodos e conceitos diferentes. É difícil comparar uma coisa”, pondera a profissional.
“Sempre digo que quem tem que decidir o que quer é o próprio paciente. Isso depende da empatia e do desejo de cada um para resolução de um objetivo, questão ou incômodo.”