É permitido levar marmita saudável nas viagens de avião?
Quem segue uma dieta saudável e precisa constantemente viajar de avião esbarra com uma questão: como conciliar a boa forma com o que é servido nas aeronaves? A comida tradicionalmente servida nos voos é rica em sódio, gordura e açúcares e que, somada a pressão atmosférica, provocam inchaços e gases durante a viagem. Mas é permitido levar marmita no avião ou não?
Segundo informações fornecidas ao Be Bang pelo Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento do Brasil, em voos internacionais, saindo do Brasil, não há intervenção da nossa fiscalização e a responsabilidade por esse controle de entrada e saída de alimentos é do país em que o voo irá aterrissar.
Já nos voos que chegam ao Brasil há restrições sim. Produtos de origem vegetal e animal (frutas e hortaliças, grãos, flores, legumes, mel, queijos, salames, carnes, etc) não podem ingressar no país sem cumprir requisitos sanitários e fitossanitários específicos.
Veja tabela completa com produtos de origem animal autorizados em bagagens
Produtos processados, no entanto, estão liberados, uma vez que o risco de veiculação de pragas e doenças é muito baixo. Dentre eles estão os produtos cárneos industrializados (enlatados, bacon, torresmo, presuntos de maturação longa,…), produtos lácteos industrializados (doce de leite, leite em pó, manteiga, queijo com maturação longa, …), produtos derivados do ovo, pescado enlatado e produtos vegetais industrializados (produtos descascados, enlatados, cozidos, moídos, desidratados, etc.).
Os produtos de maior risco podem ser levados e consumidos durante o voo, a bordo. O que não pode é desembarcar com esses produtos ou restos. Produtos com risco devem ser deixados na aeronave. Existe um protocolo para a destinação dos resíduos de bordo de modo a não permitir que o lixo da aeronave tenha capacidade de introduzir pragas e doenças no país.
Cada país tem suas próprias regras
No Brasil, voos domésticos permitem que se leve comida a bordo. Já países como os Estados Unidos ou a Austrália proíbem a entrada de alimentos frescos no seu território. Nos EUA, só é permitido levar a comida comprada dentro do aeroporto, após o passageiro transpor a porta do raio X.
Nos países da União Europeia é proibida a entrada de alimentos como leite, carne e produtos de origem animal vindos de fora da Comunidade Europeia. O alimento levado a bordo do avião nesse caso, deve estar na embalagem original do fabricante e com a data de vencimento registrada. A maioria das companhias aéreas não permite o transporte de alimentos facilmente perecíveis.
Por exemplo, para uma viagem a Alemanha, é possível sair do país com alguma fruta ou alimento fresco, mas não será possível entrar no país de destino transportando os alimentos. O ideal é consumi-los durante o trajeto. Do contrário, será preciso descartá-los.
Quantidade de líquido também é restrita
Para voos internacionais, só é permitido levar uma quantidade de líquido inferior a 100 ml por embalagem e não pode somar mais de 1 litro por passageiro. As embalagens líquidas devem ser colocadas em sacos plásticos transparentes.
A dica é nunca levar objetos cortantes como facas e garfos. A não ser que eles sejam feitos de plástico. Ao desembarcar, jogue fora os talheres.
Para voos domésticos brasileiros, onde não há restrição para o transporte de comidas pelo passageiro, valem algumas dicas: Nunca leve produtos de cheiro forte, que podem causar constrangimento aos demais passageiros. Leve tudo muito bem acondicionado em embalagens apropriadas, guardanapos e talheres de plástico.
E o que levar para comer nos voos nacionais?
O Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento é o órgão que fiscaliza a entrada desses alimentos no Brasil, e a maior preocupação deles é quanto a nossa saúde, possíveis pragas e contaminações que podem ser trazidas com esses alimentos. Então é proibido desembarcar no Brasil contendo os seguintes itens de origem vegetal e animal como:
- Frutas e hortaliças frescas
- Mel e derivados
- Leites e derivados como queijos, manteiga, iogurtes.
- Carnes e derivados
- Peixes em geral
- Ovos e derivados
Já para voos domésticos no Brasil, o Ministério libera praticamente tudo. No entanto, alguns itens precisam seguir uma quantidade estabelecida. Por exemplo, alimentos derivados de ovos devem conter 5 quilogramas por pessoa. A mesma quantidade para os pescados. Para cárneos industrializados (salame, mortadela, etc) podem ser levados 10 quilogramas. Produtos lácteos industrializados, 5 litros/quilogramas por pessoa.
E o que é saudável levar na marmita durante os voos nacionais?
Como no Brasil a lei é flexível para transporte de comida, a nutricionista funcional Lais Murta alerta que o importante é levar alimentos naturais e nada industrializadas. “Quanto mais processado for o alimento servido, mais aditivo ele vai ter. É importante fugir daquelas preparações mais gordurosas, gratinadas, feitas com creme de leite. O ideal é optar por uma salada acompanhada por uma proteína magra. De sobremesa, opte sempre por salada de frutas”, avisa.
Para beber, nada de álcool, recomenda Lais. “O álcool tem um impacto no funcionamento de enzimas. Por exemplo, ao beber álcool, você tem uma ativação maior das enzimas que fazem a gente estocar gorduras. Ao mesmo tempo temos uma redução das enzimas que quebram essa gordura. Ou seja, vai acabar engordando. Bebidas alcoólicas também reduzem o muco protetor do trato intestinal, possibilitando o risco de problemas digestivos e de absorção de nutrientes. É preciso consumir com muita moderação”.
