Dormir menos pode acelerar alto rendimento. Entenda
O grande fio condutor do mundo moderno é o tempo. Ou melhor, a falta dele. “Na verdade a falta de tempo não existe, existe a falta de prioridade. Se você tem mil coisas pra fazer no dia, quanto mais foco e mais quieta estiver sua mente, mais rápido você vai resolver e menos energia você vai desprender pra isso”, explica ao Be Bang o life trainer Thiago Arruda, que vê na meditação uma arma contra a agitação extrema dos dias atuais.
Mas além da técnica, que preconiza atenção plena para otimizar o tempo, é possível reduzir o período que se passa dormindo para ganhar mais – novamente ele – tempo e saúde. E isso sem perder energia. Pelo menos isso é o que garantem estudiosos que defendem a qualidade do sono em detrimento da quantidade. Segundo pesquisa da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, e publicada no periódico Sleep Medicine neste ano, os autores concluíram que dormir de duas a quatro horas por noite aumenta em duas vezes o risco de sofrer infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). Já entre os que dormem mais de dez horas, esse risco é sete vezes maior.
Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Instituto do Sono revelaram, com dados baseados em estudos nacionais e internacionais, que dormir muitas horas é pior do que dormir pouco. Segundo os cientistas, o hábito de passar mais de 10 horas na cama pode elevar o risco de doenças. Isso ocorre quando existem muitas interrupções durante o sono. “A cada despertar, o que acontece no organismo é um risco de aumentar a pressão arterial, frequência cardíaca, os níveis do hormônio do estresse (o cortisol). Tudo isso, causa um desbalanço no organismo que favorece os riscos de infartos e derrames”, disse a pesquisadora Lenise Jhe Kim, em entrevista ao SBT.
Um sono de má qualidade também pode causar outros problemas à saúde como a baixa imunidade e, consequentemente, uma maior propensão a doenças. Além disso, pode causar depressão e obesidade. Para os especialistas, o ideal é que haja um equilíbrio
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Coloque em prática 5 dicas simples e melhore a qualidade do sono
Antecipe o sono restaurador
De acordo com matéria publicada pela Men’s Health, uma redução gradual do tempo de sono pode funcionar bem sem que se perca qualidade do tempo dormido. Algumas pessoas só se sentem bem se dormirem por 8 ou mais horas de sono. Para outras, porém, 6 ou 7 horas já são suficientes. Mas além de ter ligação com a genética ou com hábitos de cada um ao longo da vida, dormir por menos tempo sem prejudicar o rendimento é algo que pode ser treinado.
Para começar é preciso entender como funciona o sono. A primeira etapa é a mais leve, onde seu corpo começa a entrar em estágio sonolento e relaxar. A segunda fase é bem longa – 50% do tempo dormido – e começa com o relaxamento dos músculos. Só a partir da terceira fase é que o cérebro entra em sono profundo, conhecido como delta e responsável por deixar o corpo revigorado para o próximo dia. Assim, a intenção deste treinamento é fazer com que o corpo entre mais rapidamente nesta fase – e em hipótese nenhuma a encurte.
Disciplina é a palavra de ordem
Para obter resultados rápidos e duradouros, no entanto, é preciso ter disciplina e regularidade. Não é preciso cortar horas de sono abruptamente, mas sim passar a acordar mais cedo – e efetivamente se levantar da cama – cinco minutos por noite durante quatro semanas. Mas atenção: isso deve ser feito inclusive aos fins de semana.
No fim do primeiro mês é possível que você se sinta cansado por causa das horas de sono a menos. Mas acredite: com persistência o corpo se ajustará e em pouco tempo você terá… mais tempo.