O sal deve ser abolido da alimentação? Aprenda a usá-lo com equilíbrio
Considerado prejudicial à saúde, o sal é vital para o organismo desde que consumido com parcimônia. O mineral se destaca em manter o organismo equilibrado, ajudar na digestão e repor o sódio perdido após a prática de atividade física. Durante muito tempo os hipertensos eram proibidos de consumi-lo, mas hoje a ciência chegou a conclusão que ele é fundamental para o funcionamento das células, devendo ser ingerido mesmo por quem sofre com pressão alta desde que sob orientação médica.
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Atualmente o mercado oferece muitas opções de sal e alguns até viraram moda, como o polêmico sal rosa, que recentemente foi alvo de debates. Uma pesquisa publicada pelo Centro de Pesquisa em Alimentos (o FoRC), vinculado à Universidade de São Paulo (USP) e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), comprovou que os benefícios nutricionais do sal rosa do Himalaia não fazem tanta diferença para a saúde.
O que se propagava do sal rosa, apontando-o como superior ao sal refinado, era que em sua fórmula haviam minerais como o magnésio, cálcio, potássio, entre outros. No entanto, o FoRC constatou que 5 gramas deste sal contêm apenas 8mg de cálcio, menos do que a meta diária recomendada para consumo, que é de 1.000mg.
Sal rosa: resíduos inadequados
A nutricionista funcional Clara Fonseca vai mais longe e diz que um recente estudo apontou o sal rosa como inadequado para o consumo humano. “Uma recente avaliação mostrou que ele possui resíduos inadequados a saúde humana. E de fato não existe nenhum estudo científico de randomização sobre os benefícios ou malefícios do sal rosa. Então, a minha orientação é que se consuma o sal marinho nas quantidades recomendadas”, informa Clara ao Be Bang, ressaltando que o melhor sal para consumo é o marinho. “O sal marinho não passa por nenhum processo térmico e de branqueamento, dessa forma não perde seus minerais.”
A especialista sugere a substituição do sal comum por nutrientes mais naturais como o sal de ervas e o gersal (veja receitas abaixo). : é um erro achar que o light pode ser usado em dobro.
Vale ressaltar que não adianta diminuir a incidência de sal num plano alimentar, mas continuar comendo alimentos como azeitonas, embutidos, enlatados, temperos prontos, enfim, alimentos que aumentam o nível de sódio no organismo. O ideal é sempre procurar um médico ou nutricionista para realizar exames e descobrir qual é a quantidade de sódio para cada organismo.
Conheça os sais que existem no mercado
Ele é extraído das salinas do Himalaia, na Ásia. Cinco gramas deste sal contêm apenas 8mg de cálcio, menos do que a meta diária recomendada para consumo, que é de 1.000 mg. Seu uso é contestado, pois contém resíduos inadequados à saúde humana
É obtido através da evaporação da água estocada em represas do mar. Ele não é refinado e, assim, conserva suas características químicas. Contém quantidades microscópicas de vida marinha e iodo natural. É considerado o sal mais saudável, pois não é refinado e, assim, conserva suas propriedades como o iodo, que é fundamental para a glândula tireoide. Seu consumo não deve exceder o limite de 2 gramas diárias, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Muito usado na medicina ayurvédica, ele é um composto de sais vulcânicos, muito utilizado na Índia e Paquistão. É rico em ferro e outros minerais. Ele também beneficia a visão e, diferente do sal comum, não eleva o consumo de sódio. Porém, devido ao seu alto teor de enxofre, seu consumo em grande quantidade pode debilitar o sistema digestivo. A quantidade de seu consumo não deve ultrapassar o do sal comum
É considerado o sal mais puro. É fonte natural de ferro, zinco, magnésio, iodo, flúor, sódio, cálcio, potássio e cobre. Como é um sal concentrado, a dica para não exagerar na dose é pegar os cristais com as próprias mãos e pulverizá-los sobre os alimentos, com bastante atenção e delicadeza.
É o sal marinho granulado e, por causa disso, conserva todas as suas propriedades como o iodo natural que é fundamental para a saúde da tireoide. Como o sal marinho ele também tem menos sódio que o refinado. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), seu consumo deve ser de 2 gramas por dia
É composto de 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. Deixa os alimentos temperados com o gosto menos acentuado. O cloreto de potássio fica menos tempo no organismo, diminuindo a retenção de água. A proporção usada deve ser a mesma tanto para o sal light como para o comum (no máximo 6 gramas diárias). Seu uso é recomendado aqueles que não podem consumir o sal comum como os hipertensos
É o sal marinho submetido a processos de refinamento. Essa técnica elimina substâncias ricas como enxofre, bromo, magnésio, cálcio e outros minerais existentes no sal marinho. É considerado o sal mais pobre, por não conter os nutrientes do sal marinho. É rico em sódio e favorece a retenção líquida. A nova orientação recomenda pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é uma ingestão diária menor a 5 gramas de sal. Isso equivale a menos de uma colher de chá rasa ou cinco pacotinhos servidos em restaurantes, já que cada um contém 1 grama.
Apesar do sal não ser exatamente o grande vilão que se acreditava, se usado em excesso ele provoca muito mal a saúde. Quer conhecer um superalimento que faz justamente o contrário, ajudando a reduzir o colesterol e a perder gordura? Clique aqui e descubra!
Sal caseiro é mais saudável
Misture em iguais proporções: sal marinho + alecrim + sálvia + manjericão (você pode substituir essas ervas secas por outras de sua preferência)
A mistura é feita com 6 ½ colheres de sopa de gergelim + 1 colher de chá de sal marinho. Coloque o gergelim em uma panela com tampa e acrescente o sal. Em seguida leve ao fogo baixo por 6 minutos, mantenha a tampa fechada e mexa sempre. Após torrar na panela, triture utilizando o mixer ou liquidificador.