Carne vermelha: diminui depressão ou causa danos à mente?

Estudo australiano que analisou mais de mil pessoas constatou que o consumo de carne vermelha pode ajudar a diminuir sintomas de mealncolia. Será?
Carne vermelha: diminui depressão ou causa danos à mente?
(Crédito: lisovskaya/123RF)
Em 20/12/2017 às 08:00

Salivar diante de um pedaço grande e suculento de carne vermelha pode não ser apenas um sinal para saciar a gula, mas também a mente. Em estudo realizado pela Universidade Deakin, em Victoria, na Austrália, consumir essa proteína pode diminuir alguns sintomas da depressão. O estudo – publicado pela revista Men’s Health –  analisou o hábito de mil australianos e constatou que o alimento pode ter benefícios, mas – ainda assim – alerta os seus possíveis riscos à saúde .

Em 2012, a universidade já havia realizado outro estudo em mulheres que evitam carne vermelha e comprovado um risco aumentado de depressão clínica.

“Quando analisamos as mulheres que consomem menos do que a quantidade recomendada de carne vermelha em nosso estudo, descobrimos que eles tinham duas vezes mais probabilidade de ter depressão ou transtorno de ansiedade em relação àquelas que consumiam a quantidade recomendada”, disse um dos pesquisadores, o professor Felice Jacka, em entrevista ao site Gizmondo.

Mesmo quando foram avaliados no grupo o plano alimentar, condição socioeconômica, prática de exercícios, peso, tabagismo e idade, a relação entre consumo de carne vermelha e baixa saúde mental permaneceu. “Curiosamente, não houve relação entre as outras formas de proteína, como frango, porco, peixe ou vegetal à base de proteínas, e de saúde mental”, disse Jacka.

Um mal necessário?

É importante salientar, porém, que a carne vermelha traz riscos para a saúde física. Pesquisas recentes sugerem que a carne vermelha está por trás de uma em cada dez mortes precoces.

Um estudo feito pela Clínica Mayo, do Arizona, garante que o fato de evitar carne por 17 anos pode prolongar a vida por mais quatro. Já pesquisa realizada pela Harvad Medical School, depois de analisar 120 mil consumidores de carne vermelha durante um período de 28 anos, descobriu que 13% do risco de morte está associado a comer um pedaço de carne vermelha.

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Mas, afinal, o bife não é fundamental para a construção muscular? O que dizer de todas as vitaminas, do ferro, do zinco e da vitamina B contidas na carne vermelha e que são imprescindíveis para a saúde?

A pesquisa de Harvard mostra que apesar de todos os benefícios nutricionais da carne vermelha, ela traz um nível alto de gordura saturada e colesterol. Consumi-la regularmente deixa a pessoa mais suscetível à pressão arterial e a complicações cardiovasculares.

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O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos estabeleceu um consumo diário de carne vermelha no país em 85g per capita. Essa quantidade, dizem especialistas, não prejudica o organismo. Os pesquisadores garantem que, se a gordura que beira a carne for retirada para consumo, os malefícios do alimento serão amenizados. As demais gorduras existentes na carne como um todo, são uma gordura saturada neutra e são menos perigosas para a saúde, diz o estudo.

Carne eventualmente

Os pesquisadores comparam o consumo de carne a quem tem o hábito de beber socialmente. Como acontece com o álcool, desde que não exceda o limite, consumir um bife grande na noite de sábado, por exemplo, não impede de ingerir a carne vermelha pelo resto da semana. O que os médicos do estudo recomendam é que a carne vermelha não seja consumida diariamente.

  • Cortes de carne vermelha em cima de tábua de madeira.

    Crédito: somegirl/123RF

A carne vermelha é fonte de creatina – uma amina armazenada no músculo obtida pelo consumo de carne vermelha e peixe e que aumenta o rendimento esportivo. Para substituí-la e repor o nutriente ao organismo , o estudo de Harvard suger no lugar dela uma porção de salmão ou arenque. Ambos contêm a mesma quantidade de creatina do que a carne vermelha.

Outro ponto negativo da carne vermelha destacado pelos cientistas, é o excesso de química colocado nela pelos produtores. Victor Kuri, da Faculdade de Ciências Biomédicas e Biológicas da Universidade de Plymouth, lembra que “existem centenas de compostos diferentes que contribuem para o aroma e sabor de um pedaço de carne.” Os conservantes usados nas carnes são compostos de nitratos e nitritos. Eles atuam protegendo o alimento contra bactérias e têm a função de fixar a cor vermelha na carne. No entanto, eles fazem mal à saúde. Um deles refere-se à transformação da molécula de hemoglobina em outra molécula que transporta oxigênio às células. Como sintoma, as pessoas podem sentir tontura e falta de ar. Esses ingredientes também podem causar câncer. Isso pode acontecer devido à ingestão freqüente do produto.

Na hora de preparar o bife, se ele for frito, a recomendação do cientista é optar em usar óleo extravirgem, pois ele tem menos concentração de gorduras saturadas.

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