Babi Beluco descreve sua experiência na Maratona de Berlim: ‘Realização pessoal’

A modelo relata a experiência de completar sua primeira grande prova e garante: 'A vida é feita de conquistar objetivos'
Babi Beluco descreve sua experiência na Maratona de Berlim: ‘Realização pessoal’
Crédito: Arquivo Pessoal
Em 27/09/2017 às 08:00

24 de setembro de 2017, linha de chegada, Portão de Brandemburgo, Berlim. Babi Beluco cruza a fita da 44ª Maratona de Berlim em um misto de prazer, emoção e, acima de tudo, realização pessoal. Foi, então, inevitável que ‘um filme’ passasse pela cabeça da top model, que começou a se preparar para a prova após uma promessa realizada no leito do hospital. “Sempre gostei de correr. Tenho esse hábito desde os 14 anos. Mas correr uma maratona nunca foi um sonho até que em dezembro de 2014 eu sofri um acidente feio de carro. Quebrei as vértebras C3, C6 e a C1, que é a mais perigosa. Mas por muita sorte só precisei usar colar cervical por 4 meses. Na época perguntei ao médico quando poderia voltar a correr e ele me pediu calma e disse que, talvez, se eu me recuperasse totalmente, em 6 meses. Naquele momento eu disse que eu voltaria e que correria uma maratona como agradecimento. Virou mais que sonho, virou promessa”, conta Babi, ainda muito empolgada, ao Be Bang. A modelo conquistou seu objetivo e completou em 3h35 os 42 quilômetros da Maratona de Berlim, na Alemanha, ficando na posição de número 900 entre os 40 mil inscritos.

Quando a dor piorava, mentalizava: ‘Eu sou bang, eu sou bang’ e continuava…”

O namorado, Marcos Motta, foi o grande incentivador. “No Carnaval deste ano ele me inscreveu na prova. Eu não acreditei quando ele disse que estava tudo certo. A ficha custou a cair. Logo depois começaram a falar que essa era a melhor maratona, que tinha o percurso mais plano e eu fui me empolgando cada vez mais. Comecei a treinar forte, mas o maior percurso que eu já tinha corrido até então era de 26 km”, relembra. E conta que também teve outras inspirações: “O Ike Cruz e o Alexandre Birman me apoiaram demais. Me espelhei muito neles”.

A preparação

Desde que descobriu que correria sua primeira maratona, Babi passou a treinar diariamente. Além das corridas mais longas e com tiros, para ganhar velocidade, a modelo fez muitos treinos de corrida, exercícios que envolvem o condicionamento cardio pulmonar específico para maratona e treinos de técnica da modalidade. Tudo com a ajuda da personal trainer Angel Martins. Além disso, fez meditação com auxílio do life trainer Thiago Arruda e plano alimentar com inclusão de alimentos que dão mais energia (como a batata doce), Whey Protein para aumentar a massa muscular  e suplementação com Be Lev e Be Pump (cápsulas, respectivamente, de quitosana e cafeína).

Mas apesar de todo o cuidado na preparação, um mês antes da prova Babi levou um susto. “Eu tenho a síndrome do piriforme, um músculo da região do quadril, e por causa dos treinos puxados comecei a sentir bastante dor. Eu faço tratamento pra esse problema, mas a verdade é que eu estou sempre me exercitando, então eu até consigo ficar um tempo sem dor, mas nunca fico curada”, explica.  E foi exatamente para não sentir o quadril durante a maratona que Babi lesionou outra parte de seu corpo. “Estava treinando muito para fortalecer o quadril e acabei machucando o joelho. Pela primeira vez na vida tive que correr usando aquelas fitas adesivas (Kinesio Tape) para dar suporte ao joelho”, detalha. Mas nada que tirasse a animação da modelo: “Não contava com isso, mas foi mais uma experiência pra mim”.

Os imprevistos
Babi Beluco

Crédito: Arquivo pessoal

Para evitar surpresas, Babi Beluco foi para a Alemanha três dias antes da competição. “Nos dois primeiros dias tive problemas com o fuso horário, então precisei desse tempo para conseguir dormir bem. Fiz compras para só comer em casa e manter a alimentação equilibrada para ter a energia certa pra a prova. Enfim, queria me ambientar, ficar bem em todos os sentidos para na hora da maratona não ter nenhum tipo de problema”, diz. “Também optei por usar um tênis que eu já estava acostumada a correr, experimentei toda a roupa dias antes, me certifiquei de tudo”, detalha a modelo, que correu usando regata cropped e bermuda speed da coleção exclusiva Be Bang + Lauf.

A vida é feita de conquistar objetivos, né? Acabei de conquistar um e acho que em uma semana, quando eu estiver completamente recuperada, vou sentir falta de uma coisa que me desafie”

Mesmo com toda a preparação antecipada, o clima parecia não estar ao lado da modelo. “Eu queria o frio, que é muito mais confortável pra correr. Mas logo que cheguei estava um dia lindo, com sol, um calor maior do que eu previa”, conta. Para a sorte de Babi, no entanto, no dia da corrida tudo mudou: “Na hora da prova o frio veio. A temperatura estava ótima, como eu queria. Só que também veio a chuva. E ela foi completamente desnecessária. Correr desviando de poça foi um grande imprevisto que aconteceu, nunca esperei que fosse chover. Mas antes a chuva que um calorão. Por isso não chegou a ser tão ruim não”, afirma, otimista.

O dia D

Antes de começar a prova, Babi foi para o seu lugar na linha de partida e descobriu que estava no último pelotão. “Quando o Marcos foi me inscrever, perguntou em quanto tempo eu correria uma maratona. Na hora nem imaginava, então chutei 5 horas, por isso fiquei lá atrás, tendo que desviar de todo mundo que era mais lento que eu. Isso me atrasou bastante e me fez gastar mais energia”, descreve. E assume: “Sou muito modesta comigo mesma, acabei me prejudicando”. Aos poucos, deixando muita gente pra trás, a modelo conseguiu assumir seu lugar na competição.

Passada a primeira dificuldade, a top começou a perceber que precisava se manter mentalmente forte para chegar até o final: “Quando passei dos 30 quilômetros eu comecei a entender que aquilo era mais mental do que físico. Minha perna estava doendo, mas eu ainda tinha forças. Só que o fato de já ter corrido 30 quilômetros me assustava. Aí eu parei de pensar nos números e deixei o corpo ir”. A motivação veio em forma de mantra e música: “Senti muita dor, minha coxa parecia que ia explodir. Tanto que tive que fazer 2 ou 3 paradas por 30 segundos no posto de água pra dar uma alongada no corpo. Tomei dois géis de carboidrato durante a prova para ganhar energia. E quando a dor piorava, mentalizava: ‘Eu sou bang, eu sou bang’ e continuava. Ou então eu cantava a música ‘Tropa de Elite’. Isso me ajudou muito a seguir em frente. Também lembrava da dor imensa que eu senti por 4 meses quando quebrei o pescoço. O que eu estava sentindo durante a corrida não era nada perto daquilo”, se emociona.

Os momentos finais

“Os cinco últimos quilômetros são disparados os piores da vida. Parece que a perna não responde, o corpo fica mole, não vai mais. Tudo fica mais difícil”, descreve Babi. E lembra que, naquele momento, a presença do namorado, Marcos Motta, foi uma das maiores emoções de sua vida: “Eu sabia que o Marcos estava ali, me acompanhando, me apoiando, mas não imaginava que vê-lo seria um baque tão grande. Quando já estava na reta final eu olho pro lado e vejo ele gritando ‘Vai, loira! Eu te amo!’. Nossa, aquilo me derrubou. Chorei de soluçar, amoleci, meu rendimento caiu por um quilômetro mais ou menos. Dei uma baqueada mesmo”. Mas ao contrário do que se possa imaginar, Babi garante: “Foi muito louco, mas foi muito bom ao mesmo tempo”.

A próxima maratona
Maratona de Berlim

Crédito: Arquivo Pessoal

“Uma maratona é levemente traumatizante”, diz, como quem se esquiva do pensamento. Mas logo volta atrás: “A vida é feita de conquistar objetivos, né? Acabei de conquistar um e acho que em uma semana, quando eu estiver completamente recuperada, vou sentir falta de uma coisa que me desafie. Mas agora vou passar um mês com mais liberdade, correndo sem pensar em quilômetros, em tempo. Passando essa fase pode ser que eu me empolgue pra correr de novo”.

E como em um ato falho, Babi Beluco já planeja: “Eu não levei música pra maratona. O Marcos me deu a dica de focar só na prova, disse que era importante ter essa concentração. Mas eu acho que fez falta. Acho que nas horas que eu estava mais cansada, se tocasse um funk, que eu adoro, eu ia me empolgar mais. Na próxima vou correr com música”.

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