Babi Beluco: das passarelas para a maratona sub-3h
Participação em duas das maratonas mais importantes do mundo, com direito a sub-3h em uma major, e pódio por categoria em uma das provas mais célebres do Brasil. O retrospecto pode até parecer de quem dedica a vida ao esporte, mas é de uma atleta amadora: a modelo Babi Beluco, que este ano teve no asfalto o mesmo sucesso que se acostumou a encontrar nas passarelas e ensaios de moda.
O principal feito esportivo da modelo catarinense em 2019 foi obtido há poucas semanas na Maratona de Chicago, uma das seis majors. Lá, foi a segunda melhor brasileira na classificação geral ao cruzar a linha de chegada em 2h57min12s e superar em quase 15 minutos a projeção de tempo estabelecida pelo treinador.
A marca pode até ter surpreendido o técnico, mas para Babi foi apenas a confirmação de um planejamento bem feito e executado de quem tem a corrida como parte importante da rotina há anos. Tanto que a representante do Time Strava não se apega ao desempenho nas ruas norte-americanas.
“É muito louco porque eu pego a foto de Chicago agora e parece que já faz dois anos. É gostoso, é um orgulho, mas lá dentro eu sabia que essa conquista já era minha. Tinha treinado para isso e precisava só mostrar para mim mesma. Foi a certeza de tudo que eu vim treinando este tempo todo estava certo”, celebra a catarinense. “Quando eu vou para dar meu máximo, e não encarando como uma competição, eu vou melhor. Eu fui para fazer tempo, mas só fui olhar o relógio para ver se estava tudo certo no km 32”, completa.
O treinamento para o sub-3h na Maratona de Chicago começou em fevereiro e os primeiros resultados apareceram já em abril, quando disputou a Maratona Big Sur. Realizada na costa da Califórnia, a prova é considerada uma das mais bonitas do mundo, mas também é conhecida pela grande quantidade de subidas.
Em Chicago, foram 68 metros de ganho de elevação. Na Big Sur, 547 metros. Sete meses depois, o treinamento para a prova californiana ainda dá seus resultados, como pôde ser visto no camp de apresentação do Time Strava, em que Babi Beluco venceu o desafio de tiro na subida, completando 800m em 3min47s, mais rápida até do que os corredores e triatletas masculinos no evento.
“Sei usar meu 1,20m de perna. Isso é resultado de todos os treinos para a Big Sur, peguei gosto pela coisa”, brinca.
Outros resultados ao longo do ano foram mostrando a Babi que o cuidado com o planejamento estava dando certo, entre eles o segundo lugar da faixa etária na prova de 21 km da Maratona do Rio de Janeiro. E isso porque para ela seguir a planilha preparada pelo técnico Adriano Bastos significava treinar menos do que estava acostumada para respeitar os períodos de descanso.
“Sempre fui a louca do exercício, não dava tempo off, malhava muito, fazia escada, spinning…e para correr buscando tempo eu tive que treinar muito menos. Organizei melhor meu treino e isso foi essencial porque comecei a sentir resultado nas provas”, explica.
Babi começou a correr aos 15 anos, como parte da rotina de modelo, mas estreou em provas de longa distância como uma promessa depois de um acontecimento traumático. Um acidente de carro na Argentina a deixou uma semana sem andar. Quando se recuperou, traçou a meta de correr 42k.
Estreou na Maratona de Berlim de 2017 e precisou de mais de um ano para se inscrever novamente em uma prova da distância. Os resultados de 2019, porém, aumentaram a vontade de novos e maiores desafios.
“Foi um ano de muita realização e muito treino. Agora preciso de um tempinho sem provas porque foi bem intenso. Mas foi muito bom e ficou aquele gostinho de quero mais”, diz.
Babi Beluco é uma das integrantes do Time Strava, ao lado de Bruno Vicari, Gisela Saback, Guilherme Guido, Kamis Pontes, Larissa Gargaro, Luciana Haddad, Luiza Cravo, Mari Brugger, Maria Rocha, Nilo Conttini, Paula Ponte, Pippo Garnero, Rafael Passos, Rafa Turtera, Rodrigo Lobo, Tati Santin, Thiago Pontes e Thiago Vinhal.
