A visão de um campeão
Esses dias ouvi o maratonista Eliud Kipchoge pronunciar uma frase que me deixou muito pensativo. Ele disse: “100% de mim não é nada comparado a 1% de toda a equipe”.
Se tratando do recordista mundial, maior campeão da maratona de Londres, considerado o maior atleta em 2018 e com resultados em um esporte extremamente individual, como falar em equipe? Isso me chamou muito a atenção.
Li bastante sobre ele, vi muitos vídeos dos seus treinamentos e comecei a entender tudo que estava por trás desse queniano. Ele abdicou do conforto no auge da sua carreira para manter a vida simples em um vilarejo e treinar com seus companheiros.
Treinar com os melhores, ou com qualquer um, faz você crescer e ficar melhor. Sempre.
Eu mesmo já experimentei o efeito de melhorar o desempenho com companheiros de treinamento. Às vezes mais experientes do que eu. Fui praticamente arrastando no rastro deles, até que finalmente consegui encontrar minha corrida. Também já baixei muito meu ritmo para motivar diversos deles.
Mesmo nos dias em que o treinador individualiza os nossos treinos, se estou na pista, busco alguém para treinar comigo.
Encontrar um companheiro de equipe é um método muito eficaz para passar principalmente pelos momentos difíceis. Por exemplo, quando buscar atingir um objetivo. A responsabilidade mútua se torna um tipo de motivação automática. Eu sinto que sou menos fraco e mais disposto a fazer as coisas quando um bom companheiro de equipe está por perto.
Acredito que o Kipchoge tem o mesmo sentimento. Mas ainda tinha um ponto que ainda me intrigava. Como os companheiros empurram ele para a frente, se ele já é o melhor de todos?
Talvez alguém como ele, que já fez tudo na corrida e pela corrida, tenha um propósito ainda maior. Como o de elevar seus companheiros de equipe, manter a consciência e confiança, motivar esse tipo de esforço diário de cada um, dar esperança e ajudar cada companheiro a extrair o seu melhor.
Talvez para ele isso seja moral.
Escritor colab @agoracorre